quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Semifinais da Copa do Brasil 2014

Flamengo e Cruzeiro, que jogaram em casa, saíram na frente nos duelos inaugurais da fase semifinal da Copa do Brasil, sendo que a vantagem Rubro-Negra é ótima, ainda mais neste tipo de competição, pois não tomou gols em casa, podendo inclusive perder por placar magro no segundo jogo.

Incrível como o Galo, com boa equipe, não consegue atuar bem fora de casa, circunstância observada inclusive na Libertadores/2013, onde foi campeão. Mais uma vez o Atlético dependerá aliar sorte e competência em seus domínios, para reverter mais um resultado desfavorável e, assim, atingir sua primeira final no torneio. O resultado adverso é o mesmo sofrido ante o Corinthians, revertido por 4x1 no Mineirão.

O Flamengo, que é mais copeiro e mais vencedor, contará com os contra-ataques fora de casa, contando para tanto com a habilidade e velocidade do jovem Gabriel, além do bom poder de definição que possui com Eduardo da Silva, bom reforço que o Flamengo encontrou no exterior.

Em Minas, o Cruzeiro fez ótimo primeiro tempo, tendo cansado na etapa final, haja vista a maratona de partidas em alto nível que a equipe realiza. Apesar do resultado magro de 1x0, a Raposa não tomos gols em casa, o que lhe é bem favorável. Dificilmente o time mineiro deixa de anotar gols em um jogo, pelo que, se anotar um tento na Vila, dificultará em muito a vida do Peixe. Ambos os times são copeiros e multi-campeões, porém, o atual elenco azul é mais qualificado e mais experiente, o que confere ao líder do Brasileirão favoritismo à vaga na final (e também ao título).

Palpites percentuais pros duelos de volta:

i) Cruzeiro 60% x 40% Santos;

ii) Flamengo 55% x 45% Galo;

Abraços  

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Absolvição de Petros e vitória Tricolor colocam fogo no Brasileirão

Surpreendentemente (pra mim, ao menos), o STJD absolveu ontem o Corinthians pela suposta irregularidade no registro do atleta Petros, quando da estréia do jogador meses atrás. O clube paulistano corria o risco de perder quatro pontos, o que certamente o excluiria da disputa pela vaga na Libertadores da América, porém, absolvido por unanimidade, o Timão segue forte nesta briga e com boas possibilidades.

O resultado do julgamento me pareceu justo, ainda mais se considerarmos a confissão da Federação Paulista de Futebol que responsabilizou uma funcionária pelo nebuloso equívoco. Me parece claro que um clube como o Corinthians, com outras opções de atletas na época para entrar em campo, correria o risco de escalar um jogador (na época pouco badalado) irregular conscientemente, pelo que, se realmente houve a irregularidade, a culpa é das entidades boleiras envolvidas (FPF e CBF), com farto histórico de trapalhadas (haja eufemismo). 

Grêmio e Internacional, que brigam com o Corinthians por vaga no G4, acompanharam o julgamento na condição de interessados, porém, caíram do cavalo, ensejando gozações por parte dos corintianos, mormente o Colorado, autor de recentes insinuações disparadas contra o alvinegro, certamente decorrentes da recente rivalidade surgida entre os clubes. Vale lembrar que o Palmeiras, rival local do Timão, recusou proposta da Chapecoense para tirar pontos do alvinegro por causa do mesmo problema (caso Petros), em atitude louvável e desportiva que, na verdade, evidencia a coirmandade entre os times que protagonizam o derby paulistano (ao menos entre as diretorias). É bom que o Corinthians não se esqueça disso. 

Quem praticamente garantiu vaga no G4 foi o São Paulo, que, ontem, no encerramento da 31ª rodada, bateu o Goiás em casa por 3x0, com mais uma boa jornada de Michel Bastos, bom reforço que, se colocar a cabeça no lugar (evitando novas expulsões), ajudará muito o Tricolor com seus arranques e assistências. Michel é o típico jogador funcional e de transição, com poder de marcação e armação, comum no futebol brasileiro hoje em dia (ao contrário de armadores típicos e centroavantes de qualidade, lamentavelmente escassos na atualidade). A noite também serviu para Kardec desencantar e Luis Fabiano retomar um bom jogo, sendo que o time, ao que parece, não sente a falta de Pato. 

Agora a diferença do Cruzeiro pro São Paulo é de 5 pontos, faltando ainda sete rodadas para o final do certame (21 pontos ainda em jogo). Se o Cruzeiro bobear novamente no final de semana (contra o Botafogo, o que é improvável), e o Tricolor voltar a vencer (duelará contra o Criciúma), o inevitável bicampeonato celeste poderá se transformar num vexame histórico. 

Abraços  


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Brasileirão, STJD e Liga dos Campeões

Bom dia a todos, assuntos em epígrafe, vamos aos tópicos:

i) Lamentavelmente, o STJD cometeu mais uma injustiça ontem, quando seu Pleno, acatando recurso da Procuradoria do órgão, suspendeu o peruano Paolo Guerrero por três jogos no Brasileirão, em decorrência de trombada com o juiz na primeira partida da Copa do Brasil envolvendo Corinthians x Bragantino, meses atrás (em primeira instância, o atleta havia sido absolvido). O lance foi nitidamente involuntário, sendo claro que o atacante nem olha para o árbitro, apenas para bola. De tão esdrúxula a condenação, chego a pensar se essa punição não visa beneficiar o Fluminense, único carioca com chances de G4, pois certamente que se o atleta defendesse algum clube do Rio, jamais seria punido pelo lance que envolveu o atacante. Aliás, os clubes cariocas parecem imunes aos desmandos do STJD, cuja principal função é atrapalhar o campeonato. Lamentável!

ii) A rodada única do Brasileirão realizada ontem foi boa para o Corinthians que, com o êxito de 2x1 sobre o Vitória, atingiu a terceira posição no certame, encostando no São Paulo e diminuindo a distância para o líder Cruzeiro, agora em 8 pontos. Se o título persiste difícil de alcançar, o vice-campeonato (que dá vaga direta na Libertadores) é provável, sendo que uma nova vitória no derby de sábado poderá consolidar o Corinthians como uma das potências da reta final do Brasileirão. O problema reside justamente na suspensão de Guerrero, artilheiro e melhor jogador da equipe.

iii) Quase que o Palmeiras surpreende o líder em Minas, sendo que se lamenta o empate cruzeirense anotado nos acréscimos, pois a vitória palestrina seria comemorada por 90% dos times que atuam no campeonato. Mesmo assim, são mais dois pontos que a Raposa perde neste seu instável returno, e um ponto precioso conquistado pelo Palmeiras que, verdade seja dita, é superior a Vitória, Bahia, Criciúma e Coritiba. O Alviverde melhorou sensivelmente com a chegada de Dorival Jr, e assiste ao crescimento de dois atletas argentinos que, dias atrás, pareciam imprestáveis para o clube: Tobio e Mouche. Dificilmente o Palmeiras cairá neste ano de seu centenário, o que, pela grandeza do clube, é o mínimo que se espera.

iv) Por fim, um breve pitaco acerca da Liga dos Campeões da Europa, onde, pra variar, grandes jogos são realizados, com ótimos atletas espalhados por grandes equipes, o que faz do torneio, sem dúvida nenhuma, o melhor do planeta na parte técnica. A estupenda vitória do Bayern sobre a Roma, 7x1, além de lembrar o desastre brasileiro na Copa, evidenciou duas coisas: a potência atual do futebol alemão; a decadência brutal do futebol italiano, cujo campeonato, hoje, é pior inclusive do que o nosso (a humilhada Roma, vale lembrar, é a segunda potência atual do futebol da Itália). Na minha opinião, os favoritos para o caneco europeu, além do Bayern, são Real Madrid, Barcelona, Chelsea, Borussia e Atlético Madrid. Duvido que o título fuja deste rol.

Abraços.    

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Galo mata o Timão no Mineirão (4x1 histórico)

Em seis confrontos diretos e eliminatórios realizados até hoje entre Corinthians x Atlético/MG, o Timão havia levado vantagem em todos, incluindo-se a final do Brasileirão/1999. 

Ontem, porém, a freguesia foi quebrada, e em grande estilo, pois em noite histórica no Mineirão, após sair perdendo por 1x0, o Galo virou o placar pra cima do habitual algoz, fazendo histórico 4x1, suficiente para reverter a vantagem corintiana construída no primeiro jogo, classificando o time  para a terceira semifinal de Copa do Brasil na sua história. 

O Corinthians jogou melhor até os 10 primeiros minutos de jogo. Depois disso, só deu Atlético, que, liderado pelo trio Tardelli, Guilherme e Luan, infernizou a zaga paulistana desfalcada de Gil, e que contou com péssimas jornadas dos laterais Fagner e Fábio Santos, fracos no apoio e na marcação, principalmente para evitar os cruzamentos dos mineiros. 

O Galo, que a princípio se abateu com o gol inaugural de Guerrero, a partir dos 20 minutos organizou seu jogo ofensivo, e raramente atacou sem precisão, pois 90% dos arremates do time da casa foram em direção ou próximo ao gol, quase sempre levando perigo à meta de Cássio. O Corinthians pouco fez para evitar o domínio de campo do rival, a exemplo do que vem ocorrendo no Brasileirão quando a equipe atua fora de casa.

Na segunda etapa, mesmo com a saída de Luan, e o inevitável cansaço de Tardelli, o Galo continuou dominando a partida, restando ao Timão parcos contra-ataques que, no entanto, malograram pela falta de criatividade do meio-campo, bem como fragilidade do garoto Malcom, ainda muito cru para dividir a responsabilidade ofensiva do time corintiano. O terceiro gol do Atlético foi fatal, anunciando um quarto gol que, sinceramente, devido ao contexto do jogo, tinha certeza que sairia. 

A classificação atleticana foi heroica, e evidenciou algumas circunstâncias, sendo elas:

i) Mano Menezes não se acertou nesta segunda passagem pelo Timão, pois o time oscila demais e não apresenta consistência ofensiva, seja na armação de jogadas, seja no arremate final. Se não fosse a boa fase do peruano Guerrero, o Corinthians teria índice ofensivo dos mais pífios, comparáveis aos times da zona da degola no Brasileirão;

ii) Levir Culpi, por sua vez, acertou o time do Galo que cresce neste final de ano, não sentindo a falta de Ronaldinho Gaúcho. Tardelli, Dátolo, Luan e Guilherme formam bom quarteto ofensivo, rápido e inteligente, sendo favorito no duelo contra o Flamengo pelas semifinais; não acreditava no sucesso de Levir nesta passagem pelo Galo, porém, pelo visto, cai do cavalo!

iii) Malcom ainda não serve para ser titular do Corinthians, apesar de ser promissor. Fagner, Fábio Santos, Guilherme Andrade, Felipe e Luciano, no máximo, servem para compor elenco, não podendo ser titulares de um time que almeja títulos. O paraguaio Angel Romero, que ontem não entrou no jogo, não serve sequer para o banco de reservas (ele não consegue sequer dominar a bola); 

iv) Mário Gobbi, que adquiriu Alexandre Pato a preço de ouro, trocou-o pelo ineficaz Jadson, e também forçou a saída de Tite para contratar Mano Menezes, até agora, não acertou em nenhuma de suas decisões. Sua gestão até agora é fraca e, pelo andar da carruagem, seu mandato ficará marcado apenas por negatividades;

v) Parabéns ao Galo e sua vibrante torcida, time grande do Brasil que poucas vezes brinda seus seguidores com alegrias de grande porte. Se considerarmos os 4 principais títulos que um clube brasileiro pode obter (Copa do Brasil, Brasileirão, Libertadores e Mundial), o Atlético até hoje só levantou dois canecos, destacando-se a inédita Libertadores/2013. A torcida precisa de mais conquistas, e faz jus a elas. A atual edição da Copa do Brasil pode marcar mais um importante troféu, ratificando o recente crescimento deste gigante do futebol mundial. 

Abraços. 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Copa do Brasil anima o cenário do Mundo da Bola

Já disse anteriormente que o Campeonato Brasileiro de pontos corridos, malgrado privilegie a justiça, é menos emocionante do que as eliminatórias, ainda mais quando um time dispara na liderança, como por exemplo, ocorre com o Cruzeiro na atual edição.

Neste cenário, a Copa do Brasil ganha importância, ainda mais quando atinge as quartas de final, onde se iniciam clássicos eletrizantes e duelos com dose de emoção que, dentre outros benefícios, melhoram a qualidade das partidas (ainda mais se comparadas aos modorrentos jogos do Brasileirão).

Sem rodeios, considerando-se a rodada inicial das quartas, creio que Santos x Cruzeiro farão uma semifinal, e Corinthians x Flamengo duelarão na outra, o que, convenhamos, será sensacional e cercado de grande expectativa, haja vista se tratarem de quatro gigantes brasileiros, todos tradicionais e campeões na competição, lutando por um novo caneco e pela vaga direta à fase de grupos da Libertadores da América.

O único fator negativo é a incompetência da CBF que, ao deixar de suspender estas partidas em virtude de jogos da seleção (Data-Fifa), desfalca brutalmente os clubes envolvidos, prejudicando a qualidade do espetáculo.

O principal duelo será Galo x Corinthians no Mineirão, onde são esperados mais de 50 mil pagantes. O Galo provavelmente atuará sem Tardelli, e o Timão sem Gil e Elias, todos titulares na vitória de hoje da seleção brasileira sobre o Japão. A vantagem corintiana de 2 gols obtida no primeiro jogo é valiosa, ainda mais por não ter tomado gols em seus domínios, valendo frisar que um gol corintiano no Mineirão obrigará o Atlético a anotar 4 tentos para se classificar. Considerando-se o poderio defensivo do clube paulista, a missão ficará praticamente impossível (ainda mais sem Tardelli, e com Jô envolto em problemas e sem comparecer ao clube).

O Cruzeiro, mais preocupado em garantir o bicampeonato nacional consecutivo, poderá sofrer um pouco em Natal, pois, a despeito da inferioridade técnica do ABC, a vitória em Minas foi magra (1x0), e os potiguares estão focados em avançar na competição nacional, novidade para o time alvinegro da região nortista. Flamengo e Santos estão praticamente classificados, haja vista a boa vantagem que obtiveram nas primeiras partidas, além da superioridade técnica que possuem em relação aos rivais (respectivamente América/RN e Botafogo).

Veremos o que nos espera.

Abraços.      

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O que se aproveita do atual cenário do futebol brasileiro

Com a vitória de ontem do Santos contra o Bahia na Vila (1x0 gol de Damião), pela segunda vez consecutiva no Brasileirão a rodada foi paulista, pois Corinthians, São Paulo e Palmeiras também venceram seus duelos na quarta-feira. Esta circunstância, raríssima na atual edição, deixou o Palmeiras um pouco distante da zona da degola, e os outros 3 times na luta pelas vagas na Libertadores, inclusive o Peixe que, agora com 42 pontos, ao que parece, tomou o posto do Fluminense no grupo de cima da tabela. Vale dizer que Santos e Corinthians pela Copa do Brasil, e o São Paulo pela Sul-Americana, ainda possuem chances de classificação à Libertadores por meios destes torneios.

Voltando ao modorrento Brasileirão, tem-se que a luta pelas vagas na Libertadores, assim como pela briga para se evitar o rebaixamento, tornaram-se mais emocionantes do que a disputa pelo próprio caneco, este já praticamente conquistado pelo líder Cruzeiro (e não é de hoje) que, no segundo turno, não repete a bela campanha realizada no primeiro. Porém, a exemplo do Corinthians/2011, a gordura conquistada pelos mineiros na primeira metade do certame garante tranquilidade suficiente para a equipe não se abalar, mesmo com as recentes derrotas.

Desde que o Brasileirão passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, a disputa pela vaga na
Libertadores ganhou destaque, muitas vezes passando a ser mais importante do que o título, o que particularmente não aprecio. O desinteresse do torcedor com o campeonato quase decidido é outra nefasta consequência deste sistema, pois a maioria dos jogos apresentam público fraco. Sinceramente, até pelo histórico do nosso futebol, creio que o "mata-mata" deveria ser retomado, pois aumentaria a emoção até o final do ano, com clássicos eliminatórios que fariam novamente encher os estádios, alguns deles renovadíssimos em virtude da realização da Copa do Mundo.

Por fim, vejo muitos criticarem o nível técnico do campeonato (assim como do futebol brasileiro como um todo), muitas vezes com razão, mas gostaria de apontar o que penso ser um avanço no nosso esporte timoneiro. De uns tempos pra cá, o Brasil passou a produzir bons goleiros, zagueiros e volantes, sejam aqueles mais adeptos à marcação, sejam aqueles que possuem boa saída de jogo, e que muitas vezes auxiliam na boa dinâmica da equipe. Jeferson, Fernando Prass, Rafael, Cássio, Fábio, Victor, Miranda, David Luiz, Thiago Silva, Gil, Fernandinho, Elias, Renato Augusto, Petros, Arouca, Luiz Gustavo, Maicon, Dedé, Ricardo Goulart, dentre outros, são exemplos destes atletas bons e funcionais.

Por outro lado, na contramão deste avanço, há o retrocesso quanto a meia-armadores e atacantes, valendo frisar que, no atual Brasileirão, os melhores nestas posições são gringos, sendo eles: Guerrero, Barcos e Moreno no ataque; D'Alessandro, Conca e Valdivia na armação (exceção a Ganso, que, quando quer, é imbatível na assistência). A culpa disto, ao que parece, é o medo dos orientadores das categorias de base que, receosos com uma demissão, desde a molecada, mais se preocupam em não perder do que garimpar novas joias. Esta triste filosofia tem de acabar.

Abraços.